Indubitavelmente,
a Internet veio alterar a aquisição das formas de aprendizagem e a divulgação
de informação e, acima de tudo, veio revolucionar a forma como se podem
disponibilizar conteúdos e comunicar a distância, podendo ser síncrona (em
tempo real) e assíncrona (professor e aluno estão na situação de
ensino-aprendizagem em lugares e tempos diferentes). As TIC assumem uma
poderosa influência nas diversas áreas da vida social. Por conseguinte, o
sistema educativo, perante a “explosão de informação” deve ter em conta as
vantagens que a conjugação da tecnologia informática com a tecnologia da
comunicação proporciona na pesquisa e na gestão de informação, assim como na
construção das aprendizagens.
Conceitos
como e-learning, b-learning têm vindo a facilitar uma abordagem
construtivista, na qual se favorece a aprendizagem colaborativa num ambiente
virtual de aprendizagem. Esses modelos de aprendizagem oferecem um conjunto de
ferramentas – blogs, pasta de documentos/portefólio, fóruns de
discussão, chat, lista de sites, etc.) - através das plataformas
virtuais (plataforma Moodle, de referência em contexto escolar) que
favorecem uma nova dinâmica ao nível das interações e das práticas pedagógicas
inovadoras centradas na autoaprendizagem. Também as redes sociais,
principalmente, o facebook e outras ferramentas da WEB 2.0.
contribuem para a promoção de práticas pedagógicas ativas.
O professor
universitário J. António Moreira apresenta num vídeo (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=tPNLM4dncWQ)
um conjunto de ferramentas da WEB 2.0. enriquecedoras no contexto de um
quadro pedagógico inovador, tais como: www.videoscribe.com, www.tricider.com, www.pedomatic.com, entre
outras.
Na verdade,
recriar uma Escola Aberta ao
contexto das novas aprendizagens, tendo como base uma educação aberta e
colaborativa em rede, torna-se um grande desafio, tendo em conta a resistência
dos professores mais tradicionais face às mudanças, pois a maioria destes
professores, apegados ainda ao quadro, ao giz/caneta e ao manual escolar,
sente-se ainda não preparada para abraçar este ambiente virtual de aprendizagem
que o associa a uma espécie de espaço de ficção científica. Trabalhar com smarphones,
android phones, tablets na sala de aula é inconcebível para estes
professores.
De facto, é
fundamental que a Escola aprofunde o conhecimento sobre as TIC para responder à
diversidade das necessidades e expectativas dos alunos. Segundo M.I. Candeias e
J.A. Silva, na sua publicação - A
nossa sala de aula já é maior que o planeta Terra! – “(..) a comunicação
por meio digital é propiciadora de desenvolvimento, ao permitir a partilha do
conhecimento entre pessoas que, individualmente ou no interior dos seus grupos
de reflexão, poderão não só aceder, mas melhor ainda, provocar a expansão desse
conhecimento de acordo com os seus interesses e possibilidades.” Por
conseguinte, para se desenvolver uma construção coletiva das aprendizagens e
competências no âmbito da partilha da informação, uma vez que vivemos numa sociedade conectada, que requere o
conhecimento da manipulação das ferramentas, das plataformas e dos interfaces
online, é, efectivamente, importante apostar na qualificação profissional dos
agentes educativos, através da formação superior ou de cursos gratuitos, de
modo a promover práticas pedagógicas ativas que enriqueçam potencialidades na
construção de um espaço pessoal de aprendizagem num paradigma educacional
emergente que permita “a sustentabilidade pedagógica no plano da mediação
das interações” (Professor Paulo Dias - Revista EFT: http://eft.educom.pt).
Ora, "definir
uma estratégia de angariação", citando o professor J. António Moreira,
parece ser um bom ponto de partida para mudar a posição dos professores mais
tradicionais, uma vez que a qualificação dos agentes educativos é
fundamental neste novo processo; a formação profissional nas áreas das TIC é
uma estratégia exequível. Como a formação docente neste campo é abrangente,
cabe às escolas e aos centros de formação docente corresponsabilizarem-se e
sintonizarem as suas necessidades, proporcionando uma oferta de ações de
formação mais diversificada no âmbito da utilização das tecnologias digitais e
paradigmas educacionais emergentes, direcionando, por exemplo, os professores
com menos qualificação nesta área para a experimentação das novas ferramentas
da WEB 2., de maneira a que as encaram como uma mais-valia na sua praxis, já
que a Internet é um complemento da aula.
Frequentar um curso de ensino híbrido parece-me uma proposta
interessante ao nível da integração das TIC ao ensino, já que poderá
possibilitar a autoaprendizagem num contexto de personalização aplicável numa
experiência de nova aprendizagem. Ora, o professor assume um novo papel, o de coach,
um orientador capaz de envolver ativamente os alunos na aquisição de
competências de informação e comunicação através de um processo colaborativo e
de “mediação da interacção social e cognitiva nas comunidades de
aprendizagem” apresentando “novas direções para o desenvolvimento do
pensamento na conceção, organização e práticas da educação aberta e em rede na
sociedade digital”( Professor Paulo Dias). Além disso, neste modelo há um
aspeto muito importante a ter em conta: o papel das tecnologias no
desenvolvimento da capacidade comunicativa entre professor e alunos numa
relação pedagógica mais próxima e eficaz, pois o professor torna-se um mediador
mais disponível para responder às necessidades dos seus alunos em qualquer hora
e local (Professor J. António Moreira).
Concluindo,
se o verdadeiro potencial da educação em rede se alicerça nas conexões entre
internautas e na aprendizagem colaborativa, em ambientes virtuais de
aprendizagem, então, a Escola Aberta, conectada com o mundo, deve fazer uma
reflexão mais aprofundada, repensando na formação dos professores e outros
agentes educativos, uma vez que a passagem, mesmo sendo gradual, do ensino
presencial para o ensino a distância não é linear, pois envolve adaptações
significativas a este novo contexto, nos ensinos básico e secundários. O desafio
é exigente, mas ter uma atitude pró-ativa é determinante no processo da
evolução das aprendizagens.