segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Aprender com videojogos - James Paul Gee


Novas formas de aprendizagem com base em jogos ganharam especial relevo quando James Paul Gee, investigador em multiliteracias, descreveu a importância dos videojogos no desenvolvimento de competências cognitivas dos gamers
 
Ora, estudiosos neste domínio referem que o movimento conhecido por serious games procura o desenvolvimento de videojogos para fins educativos em diversas áreas da aprendizagem, nos quais os jogadores utilizam os seus conhecimentos para resolverem problemas, conhecerem novos desafios e treinarem tarefas. Uma das tecnologias propícias à construção de serious games é a Realidade Virtual, que propicia ambientes digitais tridimensionais com formas avançadas de interação, contribuindo, assim, para um maior estímulo em contexto de ensino-aprendizagem.
 


GAMIFICAÇÃO e EDUCAÇÃO

 
O plano de ação da  GameDesk na formação de docentes e na utilização de jogos para envolver os alunos na Playmaker School
 
 
 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Tecnologias da Informação e da Comunicação em Ambientes Educativos - uma reflexão


Na atual Sociedade da Informação e da Comunicação, é imprescindível a integração das TIC em ambientes educativos no currículo escolar nos vários níveis de ensino, desde o básico ao secundário.
De facto, com a evolução das tecnologias e do universo digital, urge um novo paradigma educacional que deve ser definido em função da conexão entre escola e sociedade. Para que os docentes e professores bibliotecários ensinem eficazmente e criteriosamente as competências de literacias digital, informática, mediática etc... é, sem dúvida, importante que frequentem formações ou cursos que lhes permitem aceder a habilidades associadas às ferramentas da Web 2.0. e da Web 3.0.. Quer a nível presencial, quer a nível do e-learning, os agentes educativos devem valorizar a sua qualificação profissional no sentido de melhorar e autoavaliar as suas práticas letivas, para assim estabelecerem uma relação profícua entre tecnologia e pedagogia. 
 

Como estudante da unidade curricular  - Tecnologias da Informação e da Comunicação em Ambientes Educativos - lecionada, por via e-learning, pelo professor J. Antonio Moreira, dividida num roteiro de conteúdos, organizado em quatro grandes unidades temáticas (Cenários de utilização das tecnologias digitais e paradigmas educacionais emergentes; Tecnologias digitais e formação; A integração das TIC na biblioteca escolar: laboratórios para novas aprendizagens; Tecnologias digitais e "desconstruções pedagógicas"), não posso deixar de dar o meu testemunho positivo acerca das metodologias de trabalho online nas salas virtuais - espaços de comunicação e de partilha de reflexões em torno de questões desafiantes lançadas quer pelo professor, quer pela comunidade de aprendizagem, num processo construtivo, cujas interações colaborativas e o feedback do nosso orientador possibilitaram o conhecimento de novos modelos, dispositivos, ferramentas numa abordagem pedagógica, redesenhando nas nossas mentes novos significados como resposta às nossas preocupações e limitações enquanto docentes menos experientes da nova cultura digital.
Se aquilo que é impossível se torna concretizável, de facto esta unidade curricular enriqueceu os meus contextos de ensino-aprendizagem e desenvolveu-me potencialidades no âmbito da reflexão crítica sobre como reconfigurar os meus paradigmas educacionais até aqui "fossilizados". 
Espero vir a aprofundar a minha autoaprendizagem com base nos pressupostos que aprendi com o professor J. António Moreira, a quem devo o conhecimento de conceitos-chave interessantes que irei (re)explorar: TPACK; Blended (e)Learning; biblioteca digital; "Serious Games"; Gamificação etc... 

 
 

Exploração de uma longa metragem - Guião de exploração do filme: A vida de Pi

"Un film se regarde comme on lit un texte."

(Anónimo. Acedido em


 


Na atual Sociedade da Informação e da Comunicação, é fundamental que os alunos adquiram competências e habilidades de Literacia Mediática, para que olhem para o ecrã de forma reflexiva, numa atitude crítica e criteriosa, de modo a compartilhar, de entre um fluxo crescente de informação audiovisual, produções de qualidade que possam desenvolver uma cultura multimediática para que o seu uso criativo e responsável permita a comunicação de ideias na perspetiva da intervenção cívica.

Cabe, pois, a escola fornecer ferramentas que auxiliem os alunos a terem um olhar reflexivo sobre o cinema no sentido de transformar a sua passividade, enquanto “consumidores de filmes”, em pró-atividade, num processo construtivo de recetor e de possível produtor.

  Ora, apresenta-se de seguida uma proposta de visionamento do filme – A vida de Pi, como atividade de motivação para a leitura do livro proposto para o 8º ano no âmbito do PNL, na disciplina de Português. Não se pretende neste trabalho desenvolver uma atividade de análise comparativa entre o filme e o livro, mas sim, acima de tudo, propor um exemplo de ferramenta – um referencial que possa auxiliar os alunos a aprender competências literácicas com visionamento de filmes. Esse guião de trabalho será disponibilizado ao aluno antes do visionamento do filme para que tenha em consideração os aspetos relevantes da análise que terá de fazer. A atividade será repartida em quatro momentos: um bloco de 45 minutos para análise do trailer do filme; um bloco de 90 minutos e um de 45 minutos para o visionamento do filme; um bloco de 90 minutos para o debate em torno do filme, em que os alunos farão a sua apreciação crítica com base nos dados recolhidos a partir do guião disponibilizado pelo professor; 90 minutos para trabalho de grupo (quatro elementos): (re)criação da sinopse do filme e desenho de capa para DVD para concurso de promoção deste filme. A sinopse e a capa vencedoras serão divulgadas no blogue da BE. 

 

Exploração de uma longa metragem 

 

GUIÃO DE EXPLORAÇÃO DO FILME: A vida de Pi



Ficha técnica do filme - A vida de PI
 
 
Ano de produção
2012
Direção
  Ang Lee

Duração

  127 minutos

Origem

  Baseado no romance de aventura e fantasia de  Yann Martel, publicado em 2001, com o mesmo título

Música

  Mychael Danna

Elenco

  Suraj Sharma (Pi Patel); Irrfan khan (Pi Patel); Ayush Tandon (Pi Patel); Rafe Spall (Yann Martel); Tabu (Gita Patel); Adil Hussain (Santosh Patel) Gérard Depardieu (o cozinheiro)... 

Prémios (2013)

  Óscar de melhor realizador (no original em inglês Academy Award for Best Directing); melhor fotografia (de Claudio Miranda); melhores efeitos visuais e banda sonora etc… 
 
A. PRÉ-VISIONAMENTO DO FILME
 

Análise do trailer do filme


 

 

1.  Visionamento do trailer oficial legendado (Portugal) do filme para explorar a antecipação com base na formulação de hipóteses sobre o tema da ação nuclear, tendo em conta: 

  •   A imagem da sequência fílmica que dá indicações sobre ambientes vivenciados, atitude das personagens humanas e dos animais, relações entre personagens; contextos espaciais;
  • A leitura das legendas indiciadoras de máximas sobre a vida;
  • Os sons e a música sugestivos de ambiente heróico.

2.  Debate sobre as expectativas em torno do filme e sobre o significado do título: A vida de Pi. Quem é Pi? O rapaz ou o tigre? O que significa Pi?


 
B. ATIVIDADES DE VISIONAMENTO DO FILME
 

1.  Análise das sequências do filme.

1.1.    Estabelecer a cronologia dos acontecimentos relacionando-os com os espaços onde ocorrem as ações.
1.2.    Caracterização dos espaços.
1.3.    Relação espaço/protagonista (Pi Patel).
1.4.    Evolução do protagonista nas várias idades – pensamentos, sentimentos, gostos, valores.
1.5.    Descrição da experiência do protagonista em alto mar: sensações, emoções, dificuldade de comunicação, ações, evolução do comportamento.      


2.  Descrição da cena mais tocante para os alunos-espetadores.


 Descrição da(s) personagem(ns):
 
Relação entre personagens:
 
 
   
Ambiente:
 
 
   
  Costumes:   
 
 Problema para resolver: 
 
 
   
Ações:   
 
 
   
Relevância dos planos de imagem e dos sons:
 
 Ambiente propiciado pela música:

 
 
 

3.  Debate em torno da mensagem do filme.

3.1.    Troca de opiniões sobre os aspetos visuais e sonoros do filme: cenário, adereços, fotografia, efeitos especiais, sons, música; artificialidade/realismo.
3.2.    Partilha de ideias sobre o protagonista: a sua evolução nas várias idades, a sua maneira de ser, de pensar, os seus gostos, as suas aspirações, a sua curiosidade pelas religiões, os seus conhecimentos, a sua aventura, os seus medos, as suas atitudes, os seus valores.
3.3.    Manifestação de reações sobre a força expressiva da mensagem do filme: a luta pela sobrevivência, persistência, crenças, esperança.
C. ATIVIDADES CRIATIVAS - CONCURSO DE PRODUÇÕES 
      Em trabalho de grupo (4 elementos), os alunos deverão (re)criar a sinopse do filme e, com a colaboração das disciplinas de TIC e/ou EV, deverão também desenhar à mão ou em programas digitais a capa do filme para DVD. As produções vencedoras serão divulgadas no blogue da BE.

Conclusão

A utilização de filmes em sala de aula, enquadrados e trabalhados em contexto didático-pedagógico, constitui uma mais- valia para o desenvolvimento de competências da literacia mediática, no que diz respeito à forma como se olha ativamente para um documento audiovisual propiciador de formas dinâmicas de comunicação, aliadas à atitude mais ativa e personalizada do aluno (Ribeiro & Silva, 2003:78). Assim, construir um guia de exploração de filme, que pode ser adaptada e reajustada a outros contextos cinematográficos, constitui uma ferramenta essencial para a planificação da aula com recurso ao vídeo como um dispositivo essencial para “ensinar e aprender nestes renovados cenários de aprendizagem”, proporcionando  uma atitude de questionamento fundamental para otimizar a utilização didático-pedagógica deste recurso (Moreira & Nejmeddine, 2015:35).  

____________

Bibliografia 
Moreira, J. & Nejmeddine, F. (2015). O Vídeo como dispositivo pedagógico e     possibilidades de utilização didática em ambientes de aprendizagem flexíveis.      Coleção Estudos Pedagógicos. Wh!tebooks, Santo Tirso.  
Ribeiro, A. & Silva, J. (2003). Como abordar… os media e as NTIC na aula de   português. Areal Editores.
 Webgrafia 
Education et développement de la petite enfance (2008). L’exploitation des films en  classe. Ile du Prince Édouard, Canada. Acedido em 
http://camet-   camef.ca/images/LexploitationdesfilmsenclasseIPE.pdf
 
Né, M.F. (2014). « L’exploitation d’un document vidéo. Outils pour la classe. ». Institut français de Suède. Acedido em http://7epoule-fle.se/wp- content/uploads/2014/07/Exploitation-du-film-en-FLE.pdf 
 

 TV5 MONDE (2013). Grille – Enseigner le français avec TV5 MONDE. 6 angles    d’analyse. Acedido em             http://enseigner.tv5monde.com/sites/enseigner.tv5monde.com/files/asset/docum  ent/grille_analyse_1.pdf

 
 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Literacia Mediática

 
  




 
 
 

Relação Vídeo-Escola


O vídeo é um dispositivo pedagógico que oferece diversas possibilidades de utilização didática nas aulas, uma vez que o seu impacto é maior que as palavras do professor. A imagem, tal como a escrita, situada, hoje em dia, no mesmo plano, é uma linguagem, uma representação que deve ser objeto de leitura e de aprendizagem, tendo em conta o mesmo nível de exigência que é requerido à leitura do vídeo. 

Séraphin Alava (2015), professor das  universidades de IUFM de Toulouse e investigador no Centro de Pesquisa em Educação, Formação e Inserção de Toulouse, cujos  trabalhos de estudo visam a componente mediática do processo ensino /aprendizagem, coloca a seguinte questão como título num artigo (disponível em http://future.arte.tv/fr/les-usages-video-des-jeunes-quels-interets-pedagogiques): Les usages vidéo des jeunes : quels intérêts pédagogiques ?”.

 Segundo Alava, a conexão dos sites com as redes sociais transformaram a relação passiva que se desenvolvia com a televisão. Assim, com os ecrãs conectados, Web TV, tablets, smartphones, os jovens, fora da sala de aula, desenvolvem práticas ao nível da criação de vídeos e competências digitais, publicando-os em redes sociais.

Assim sendo, a escola não pode negligenciar esta relação permanente entre jovens e ecrã. Thierry Karsenti (2012), autor referido por Alava, com base num inquérito realizado por ele e colegas da Universidade de Montreal, a 2712 alunos (de 10 a 17 anos) sobre os efeitos pedagógicos das TIC e do vídeo em contexto escolar, confirma que a utilização do vídeo em aula melhora a capacidade dos alunos, no que diz respeito à visualização de um fenómeno, à memorização das diferentes fases das situações de aprendizagem e ao processo de resolução de problemas.

Segundo J. António Moreira e Fouad Nejmeddine (2015), o vídeo, enquanto recurso pedagógico, deve:

ü  corresponder a objetivos educativos;

ü  estar relacionado com os currículos;

ü  estar integrado numa planificação que estabeleça as relações com as tarefas a realizar nos três momentos de exploração de um vídeo (antes, durante, depois do visionamento).

Ainda segundo os autores anteriormente citados, a utilização do vídeo nem sempre tem sido feita de forma mais adequada devido, sobretudo, à fraca formação dos professores na dimensão didática e, ainda, devido à falta de elaboração de uma planificação consistentemente organizada para a exploração do recurso audiovisual. 

Amélia Carvalho (2013), sublinha, quanto à utilização do vídeo em contexto educativo, a importância da planificação que exige tempo de preparação para uma adequada integração e exploração. 

De facto, a planificação deve seguir uma “démarche” que contemple etapas orientadoras para os professores e para os alunos na leitura do vídeo de forma eficaz. 

Como exemplo das etapas orientadoras, apresento, de seguida, um quadro-síntese que enuncia as principais etapas para uma adequada utilização pedagógica do vídeo em sala de aula, abordadas por Moreira e Nejmeddine (2015), com base nos documentos orientadores disponibilizados por National Teacher Training Institute e KQED Education. 

 
Etapas para uma adequada utilização pedagógica do vídeo
 
1ª FASE
Prévia à visualização
2ª FASE
Durante a visualização
 
3ª FASE
Após visualização
·         planificação – visionamento do vídeo para verificação dos objectivos dos currículo;
·         elaboração de guião/grelha de observação;
·         determinação do tempo de utilização;
·         planeamento dos momentos de pausa (testar observação, compreensão, vocabulário, reflexão…)
·         preparação do equipamento e atividades a realizar depois do visionamento.
 
·         disponibilização de um guião orientador para um visionamento ativo;
·         visionamento de pequenos excertos direcionados para as experiências de aprendizagem em estudo;
·         observação dos pormenores técnicos;
·         aferição dos conhecimentos dos alunos através da visualização do vídeo, sem o som, ou tapando as legendas, se for caso disso);
·         gestão dos momentos mais significativos através de pausas planeadas conducentes à reflexão sobre o sentido da narrativa e sobre a sua ligação com os conteúdos.
·         debate sobre as ideias, as emoções suscitadas pelo vídeo;
·         síntese das aprendizagens por ele transmitidas, integradas na temática em estudo;
·         esclarecimento dos aspetos incompreendidos pelos alunos;
·         realização de atividades complementares sobre o vídeo.  

 Bibliografia/ Webgrafia:  

Alava, Séraphin, Les usages vidéo des jeunes : quels intérêts pédagogiques ?, 2015, disponível em :
http://future.arte.tv/fr/les-usages-video-des-jeunes-quels-interets-pedagogiques
 
Carvalho, Ana Amélia, Aprender através dos recursos online, RBE, MEC, 2013

 Moreira, J. António e Fouad Nejmeddine, O vídeo como dispositivo pedagógico e possibilidade de utilização em ambientes de aprendizagem flexíveis, Wh!tebooks, 2015